sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017



CORDEL

A tecnologia avançada
Substitui a nossa força de trabalho
O rico fica mais rico
E o pobre carta fora do baralho

Nas escolas absurdo acontece
Não querem que o professor ensine
Para que o aluno cresça e obedeça
O que o governo determine

Nas camadas pobres
Igrejas aumentam o seu rebanho
Exploram a fé e a ignorância
E o culto só termina com dinheiro ganho

A televisão manipula você
faz a cabeça da população
O povo fica mais idiota
Com tanta "Globalização"

A questão da violência
Vira coisa fora do domínio
Governo não investe Educação
Prefere usar o extermínio

E pelo andar da carruagem
O povo ficará mais fraco
Se um dia não despertar
Vai parar no fundo do buraco!

Gutemberg F. Loki.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017



O SISTEMA ESCRAVIDÃO

  O sistema já foi Monarquia, virou República, depois foi imposto a Ditadura Militar e após pesados anos de chumbo, voltou a ser República. E na República durante o ano passado, fomos todos vítimas de um grande golpe traiçoeiro à Democracia, seja você favorável ou não, ao antigo governante!
  Mas seja na Pré-Histórica Monarquia ou nos anos que seguiram após a  sua queda, até os dias atuais, a única certeza que possuímos é que a escravidão nunca acabou realmente nessa terra! Libertaram o escravo negro e o jogaram no mundo sem quaisquer tipo de assistências dignas e o Sistema, com suas evoluções, ainda soube expandir o seu leque de escravidão camuflada e hoje não possuímos mais aquele velho modelo de escravidão. Hoje temos negros, brancos, amarelos, todos os tipos de pessoas, escravizadas por um tipo de Poder prolongamente mais sinistro e implacável: O Poder Econômico!

Gutemberg F. Loki.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017



A MINHA LIBERDADE DE EXPRESSÃO É MELHOR DO QUE A SUA?

  Com o advento da internet e em seguida a criação das Redes Sociais, onde milhares de pessoas podem se comunicar, não importando a distância, e cada um pode expressar os seus pensamentos e sentimentos da forma que lhe convir, começou a haver muitos choques de opiniões. Estes choques acontecem diariamente onde Fulano disse que era favorável a tal assunto, enquanto que Beltrano se diz contra, e assim um começa a tentar convencer o outro que a sua opinião é a correta. Isso é super saudável, e chama-se Debate. Talvez um lado convença o outro ou talvez, tudo continue igual, cada um com a sua opinião original.
  Mas o que também observo e acho deveras preocupante, é quando a opinião de uma pessoa, apenas por não ser favorável à sua, começa a ser duramente massacrada, porque você acredita que o seu posicionamento é o correto e, pode até ser, mas em momento algum, isso pode lhe dar o direito de repelir o direito de Liberdade de Expressão de alguém! Por mais escrota que a sociedade possa ser, uma pessoa possui o direito de manifestar os seus pensamentos e qualquer um de nós, há de julgar se o que foi dito, possui valor para nossas vidas ou não!
  Acho muito estranho quando as pessoas que dizem lutar por Liberdades, começam a utilizar da Intolerância para impor os seus pensamentos! Acho isso tão contraditório quanto absurdo! Eu não consigo aceitar de forma libertária, qualquer tipo de censura! Que há no mundo pessoas com idéias que são representantes de conceitos desumanos e covardes, há sim! Pessoas e grupos que deturpam ideais ou camuflam suas verdadeiras faces para iludir e manipular outras pessoas, sim, isso existe e podemos combate-los com argumentos racionais e não com intolerância e violência, a não ser que, seja extremamente necessário! Disse-me uma professora que pouco me deu aulas, logo foi substituída, que:
“Mais importante do que o argumento da força, é a força de um argumento!”
Eu acredito que essa frase consegue esclarecer muitos pontos para quem pretende viver com sabedoria e conquistar corações e mentes e indicar uma possibilidade de caminho a ser seguido.
Eu não consigo crer que a minha Liberdade de Expressão é melhor do que a sua, sei que poderá discordar hoje dos meus pensamentos, mas talvez, amanhã possa compreendê-los melhor, como eu também, poderei compreender melhor os seus.
Disse Voltaire:
“Posso não concordar com nada do que você tenha dito,
  Mas eu daria a minha vida, pelo seu direito de dizê-lo!”.

Gutemberg F. Loki.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

ATENÇÃO BAIXADA E RIO: VIOLÊNCIA NAZISTA TÁ ROLANDO!
No sábado dia 12 de novembro, na Rua Ceará, na Praça da Bandeira, um Punk chamado Sid Punk, foi esfaqueado por membros do movimento fascista Careca, que estavam no Bar Porto Pirata. Na segunda-feira, dia 14, a ativista feminista e idealizadora do projeto Poesia Segunda Pele, Camila Senna, foi espancada por vários homens. Ela postou o link do perfil de dois de seus agressores, e vendo as fotos dos mesmos, à primeira vista, parecem "playboys" encrenqueiros, porém um deles possui cabeça raspada e há amigos com cabeças raspadas também, além de relação à academias, lugar que os Carecas frequentam e utilizam para atrair novos membros. Neste sábado, indo para Paracambi, a Punk Crüst Jülia, foi agredida na estação de Queimados por elementos do grupo Carecas, que chegaram a dizer, que a Baixada é deles! O que se percebe, além do curto espaço de uma semana e três agressões movidas pelo ódio e pela intolerância, é que o grupo fascista Carecas (Skinheads à brasileira), anda crescendo e botando suas manguinhas para fora! Não é de hoje, que há notícias de agressões diversas desse grupo divulgadas até mesmo na grande mídia! Nós, vivemos uma época, onde uma onda conservadora se ergue sobre nós e até 2018, essa onda deverá crescer devido às eleições de 2018, onde partidos de Direita pregam o ódio às Libderdades Individuais e onde pessoas inconsequentes como Jair Bolsonaro, tornam-se porta-vozes dos ignorantes que não se informam sobre os problemas existentes e acabam seduzidos por discursos raivosos! É nescessário agir com cautela e denunciar todos os atos desse grupo, Carecas, que nunca ajudam a fazer nada pelo desenvolvimento social! O que fazem sempre, é divulgar ideais de ódio e intolerância disfarçados de palavras de indignação! Cuidado com este grupo e Nunca deixem de denuncia-los e combate-los!
Aqui posto o relato de Crüst Jülia:
"Alerta Antifascista!, Alerta Baixada!
Ontem 26/11, estava seguindo pra Paracambi e o trem parou na estação de Queimados para esperar o Central passar, eu fiquei na porta do trem porque estava demorando muito ai escutei alguém gritando "Ala ala Punk" eu logo olhei assim q eu virei me deparei com dois skin ja em cima de mim um deles foi me dar uma tapa eu virei pra andar e o tapa pegou no meu rosto próximo ao ouvido, eu coloquei a mão no rosto e um deles cuspiu no meu rosto e apareceu mais um deles e puxou esses dois q me pararam o que me deu um tapa ficou gritando que a Baixada era deles agora, eles desceram em Queimados eu fiquei ali besta sabe, foi uma coisa de segundos, foi tão rápido q eu n tive reação, fiquei ali parada com a mão no rosto as pessoas passando como se nada tivesse acontecido o P2 no mesmo lugar q ele estava ele ficou.
Eu tô bem triste com isso você ve as pessoas fazendo relatos sobre e pensa q isso nunca vai acontecer com vc, ai vem uma dessa eu vou ser sincera ja chorei horrores."

E aqui, posto o relato de Camila Senna:
"‎Camila Senna‎ para Defesa e Direitos da Mulher-Pelo Fim da Violência Contra Mulheres no Mundo
21 de novembro às 13:43 · Nova Iguaçu · 
Olá, prazer. Meu nome é Camila Senna, sou militante feminista e fui espancada por 10 homens, na segunda-feira 14 de novembro, no Centro de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. Sou idealizadora do projeto Poesia Segunda Pele https://www.facebook.com/PoesiaSegundaPeleCamilaSenna/… 
Estava com meu namorado e entrei para comprar cigarros. Sou conhecida na cidade, minha militância é conhecida, já empoderei muita mina e também fui empoderada por todas elas.
Não sei qual foi a situação, até agora não sei porque apanhei e porque tentaram me matar. Tentativa de homicídio. Alguns homens seguraram meu namorado para que ele não lutasse ao meu lado enquanto outros me espancaram com chutes nas costelas, costas, cabeça, soco no olho, na testa.
Três patrulhas da PM se recusaram a me prestar socorro. Eu estou tentando divulgar o acontecido, mas estamos em uma sociedade que muitas mulheres desacreditam a palavra da próxima, infelizmente. A mídia é muito machista e só divulga quando acontece alguma coisa muito grave, como morte de nossas irmãs, por exemplo. Eu poderia ter sido mais uma. Por que tanto ódio? Não desejo que nenhuma mulher passe por isso que passei, espero que todas possam exercer os seus diretos sem que a misoginia as ronde. Que sejamos unidas, que nós possamos acolher a denúncia das nossas irmãs. 
Reconheci o mandante da agressão, mora na mesma cidade e bairro, Se chama Laércio Fernandes: https://www.facebook.com/laercio.fernandes.399?fref=ts
Aqui está o link de mais um dos agressores, se chama Alvaro Fernando: https://www.facebook.com/profile.php…"

sexta-feira, 18 de novembro de 2016



ÓDIO FASCISTA

Sem perceber
O fascismo te fascina
Discurso de ódio
Será sua ruína

Você não vê
O grau de ignorância
Abismo profundo
De total intolerância

Você não para pra pensar
Sua estupidez levada ao pódio
Você não para pra pensar
Será devorado pelo próprio ódio

Abra os olhos e desista
Desse ódio fascista
Abra os olhos e desista
Desse ódio fascista

Quem pensa ser
Para castrar liberdades?
Um homem não vive
Com atitudes covardes

Você não tem
A violência como direito
Você só defeca
Ódio e preconceito

Você não para pra pensar
Sua estupidez levada ao pódio
Você não para pra pensar
Será devorado pelo próprio ódio

Abra os olhos e desista
Desse ódio fascista
Abra os olhos e desista
Desse ódio fascista!


Gutemberg F. Loki.

Muitas pessoas, por falta de compreenção, respeito e informação, acabam trilhando por caminhos de atraso existencial. O fascismo, seja qual for, representa um atraso ao ser humano. As pessoas devem abrir seus olhos e perceber o que fazem com atitudes e discursos que não estão para o desenvolvimento coletivo. Se você vive um pesadelo, é preciso acordar!

quarta-feira, 16 de novembro de 2016



ANOS 90, ANOS DE FÚRIA: MOVIMENTO ANARCO-PUNK DO RJ vs. ECATOMBE.
Para quem me conhece de longa data, sabe que na primeira metade dos anos 90 vim a ingressar no Movimento Anarco-Punk do Rio de Janeiro, ou MAP/RJ. Mas os motivos pelos quais entrei para tal grupo sempre ao meu ponto de vista foram ignorados por todas as pessoas que viveram tal época e até mesmo, porque se importariam em saber? Naquela época, eu já conhecia um pouco do Punk, conhecia algumas pessoas que já haviam participado e ouvia tudo que contavam. Eu achava foda! Depois vim a conhecer algumas pessoas ligadas ao MAP/RJ, conheci os integrantes da banda V.N.S. (Vumitando No Sistema, com “U” mesmo e que apenas o guitarrista Maluco era do MAP/RJ) e também vim a conhecer pessoas da turma da Ecatombe e todos bebíamos numa boa. 

Resolvi entrar para o MAP/RJ, depois de uma festa junina na Penha, onde conheci alguns punks do MAP/SP, entre eles, o Valo Velho, punk dinossauro do movimento paulistano e que me contou relatos sobre as atividades e trabalhos ligados ao teatro promovidos pelos punks. Como eu já havia participado de um grupo e um curso de teatro, fiquei encantado pela idéia de unir o Punk ao Teatro e realizar esta idéia aqui no Rio. Por muito tempo, durante a minha passagem no MAP/RJ, escrevi e tentei mostrar textos e poemas para as pessoas mas, não havia interesse.
Outro problema encontrado, é que quando entrei para o MAP/RJ, segundo Maurício, vocalista do V.N.S., coisa que eu não deveria ter feito, deveria ter ficado neutro, era que já havia uma guerrinha entre o grupo e a Ecatombe, onde como já disse, haviam pessoas que eu já conhecia. Enfim, depois da notícia espalhada, passei a ser mal visto por muitos e até mesmo a ser hostilizado em várias ocasiões e até então, eu nada fizera de grave para merecer isso. Ao contrário, junto com o Morto e alguns MAPs mais novos, defendi que deveríamos buscar uma aproximação e entendimento com a galera da Ecatombe, coisa que chegou até a acontecer por um minúsculo período quando o MAP chegou a ir na Praça Saens Peña conversar com eles. Poderia ter dado certo, porque o ponto de divergência principal era que alguns membros da Ecatombe mantinham relações com membros do grupo Carecas do Brasil e isso, ao ponto de vista do MAP/RJ, não correspondia ao ideal libertário do punk. Um pouco mais de paciência, um pouco mais de informação e um pouco mais de tolerância, teriam ajudado a transformarmos o movimento punk do Rio de Janeiro em algo maior, mas não foi isso que aconteceu. Porque ao nos afastarmos deles, davámos oportunidades dos Carecas se aproximarem mais! E nem todos da Ecatombe mantinham relações com os Carecas, inclusive, muitos que lá estavam, hoje lutam contra os ideais Carecas. O tempo informa!
Toda vez que estávamos avançando nessa aproximação, o Anastácio, que pensava ser o líder do MAP/RJ, fazia algo para estragar tudo, ele dava uma entrevista para um jornal ou aparecia na Rede Manchete, no programa da Márcia Peltier (nem sei se tá certo o nome) e falava mal dos caras em uma roupa suja (sem trocadilhos) desnecessária. Ele inclusive, era o responsável pela "queimação de filme" da Ecatombe em correspondências com punks de outras localidades e esses mesmos punks, depois falavam pro pessoal da Ecatombe o que o “MAP/RJ” falava deles! Aí, era ódio novamente em vez de entendimento! Essa merda acontecia sempre e acabava que havia reações da parte da Ecatombe e reações físicas de alguns membros mais exaltados que não queriam ser taxados de ganguistas ou fascistas. Mas essas reações não atingiam quem de fato as mereciam, pois nada acontecia com o Anastácio, o verdadeiro Anti-Punk aqui do Rio de Janeiro! Quem sofria essas reações eram eu e as outras pessoas que buscavam um entendimento, porque éramos nós que estavamos sempre mostrando a cara por aí! E numa data de 94, em um show promovido pelo Lobo(falecido vocalista da banda Reprecaos) em Anchieta, tentaram me juntar e me moer! O pessoal do V.N.S. que não deixou junto com amigos meus de Caxias. Fiquei puto!
Logo em seguida veio o Encontro Punk de Lavras, MG, e lá fomos nós, eu & Morto! E no ônibus encontramos alguns punks da Ecatombe, cuja a maioria eu falava com eles e mesmo sendo inocentes ao que aconteceu em Anchieta, eu não quis conversar com eles, estava puto! Magoado com o grupo deles e não queria saber deles naquele momento. Mesmo assim, eu e Morto determinamos a não queima-los em Lavras, a nossa postura era que eles ficassem do lado deles e nós do nosso, sem envolvimento e foi isto que ocorreu do momento em que pisamos no solo daquela cidadezinha mineira e maneira!
Foi a princípio, um dia memorável, conhecíamos e encontrávamos punks de diversos estados e bebíamos bem, tudo estava correndo na paz e mesmo quando alguém vinha nos perguntar sobre os outros punks do Rio que estavam lá, nós falávamos que eram da Ecatombe, algumas pessoas diziam “Mas eles não são fascistas? Eles não perseguem vocês lá no Rio? Vamos pegá-los!” e todas as vezes eu e Morto dizíamos que “ Não, deixem eles na deles e vamos ficar na nossa.” E foi assim, durante o dia inteiro que tudo transcorreu, sem confusões entre os dois grupos. Quem esteve lá pode confirmar isso.
Mas em termos de punk, alguma merda sempre tem que acontecer para estragar o dia e no fim do dia quem chegou à Lavras foi o Anastácio, o Anti-Punk do MAP/RJ! E foi ele chegando que as coisas começaram a mudar de figura por lá. Começou com o enquadramento de um cara que vendia camisas de bandas de Rock e entre elas estava uma camisa da banda punk The Exploited, que muitos com ou sem razão, acusam de fascistas até hoje. Falaram essas estórias com o cara e determinaram fazer uma vaquinha para comprar a camisa e destruí-la. Eu estava com dinheiro mas não dei um centavo sequer para este tipo de manifestação ignorante e desnecessária, onde alguns tiraram dinheiro do bolso que poderiam utilizar para finalidades mais úteis e compraram a camisa para pisotear, rasgar e queimar em um ritual animalesco e infantil! Tal atitude jamais chegaria ao conhecimento da banda e ao meu ponto de vista, foi dinheiro e energia gastos em vão!
Mas se a merda ficasse por aí, estaria ótimo e os shows já estavam rolando e durante apresentação da banda METROPOLIXO(SP), Anastácio que já havia queimado o filme dos integrantes da Ecatombe presentes e espalhado o ódio irracional por lá, aproveitou que o álcool já havia feito um bom estrago na mente das pessoas e convocou a todos para pegar os caras, e eu junto com o Morto, fomos levados a participar deste ato que nunca me deu motivo de orgulho. A princípio, lembro de ter questionado isso, pedir para não fazer, Mortro também não queria, mas a turma do "vamo com isso"(oposto da turma do "deixa disso") foi mais forte nesse dia. Da minha parte, lembro ter só batido com meu cinto de arrebites em um dos punks da Ecatombe que estava presente no incidente de Anchieta e fora isso, foram mais gritos selvagens tipo “Fora Fascistas” e coisas assim. Tivesse eu bebido muito menos, não teria deixado me levar a este confronto que tanto eu quanto Morto, passamos o dia evitando, mas que Anastácio, em pouquíssimo tempo, conseguiu fazer explodir! 
O pessoal da Ecatombe teve que correr, se proteger e até mesmo se refugiar em hotel por conta dessa agressão. Quanto à outra parte, que nos envolvia, retornamos ao show e lá ficamos na euforia dos tolos que não enxergam um palmo a sua frente! Mais uma vez falo aqui, o álcool que bebi desde o momento que pisei em Lavras por volta do amanhecer até a noite, já fazia muitos estragos em minha cabeça e a capacidade de raciocínio nestes casos, equivale-se à capacidade de um animal qualquer! No meio de tanta gente, de repente vi uma mão me segurando e segurando outras pessoas. Eram policiais que levaram eu e mais uns três presos! Os Punks Piratas, de Juiz de Fora, amigos da Ecatombe, haviam chamado a polícia local e passeamos algemados de viatura e passamos a noite na cadeia, na cela para ocorrências leves. No dia seguinte, por volta das 11 da manhã, nos levaram para prestar depoimentos. Nesta hora, um dos Punks Piratas falou ao delegado que um de nós tinha esfaqueado ou tentado esfaquear ele. O delegado veio nos perguntar sobre isso ainda de fora da sala de interrogatório. Falei que isso era mentira e que se fosse verdade, porque não haviam falado isso na noite anterior? O delegado percebeu que minha indagação fora perfeita e foi lá falar de novo com o tal punk pirata. Não ouvi o que o delegado disse mas pelos gestos foi um esporro que ele pagou.
Em seguida, cada um de nós entrava na sala para prestar depoimento isoladamente. Eu fui o último. Lembro-me do delegado ser um cara novo e conversamos bastante, inclusive, eu fui o que mais demorou a sair da sala! Ele me perguntou porque a gente se vestia daquela forma e o porquê do cabelo empinado, naqueles tempos moicano não era moda, e respondi que assim como os grupos afros se vestem de forma a lembrar suas origens africanas, nós nos vestíamos daquela forma como uma forma de expressão cultural e falamos sobre os motivos da briga e tudo o que ocorreu. Acredito que não fomos fichados, pois nunca nada me prejudicou. Já era tarde quando fomos liberados e fomos embora no ônibus alugado pelo MAP/SP, só depois voltamos ao Rio de Janeiro.
Não me orgulho deste período, principalmente deste ocorrido. Tenho uma certa dose de mágoa com o MAP/RJ (que o grupo de pessoas hoje, não é mais o mesmo) em relação ao fato de termos permitido que tudo chegasse a este ponto desnecessário, Também tenho uma certa dose de mágoa com a falecida Ecatombe e até mesmo comigo, porque naquele período, não soubemos como administrar uma força tão poderosa quanto é a juventude que tínhamos! Era a nossa época de criar coisas que se estenderiam para o nosso futuro! Poderíamos ter criado um movimento punk forte aqui no Rio de Janeiro e isso não aconteceu devido à ignorância e à principalmente intolerância! Poderíamos ao invés disso, ter cometido algo mais grave do que ocorreu em Lavras! Pessoas poderiam ter sido machucadas gravemente e até mesmo morrido por pura estupidez de pessoas que pensavam que é punindo os outros com violência que se resolvem as coisas! Erro! Erro animal e estúpido! Depois de Lavras, houve o show dos Ramones no Circo Voador e ali pela Lapa, fui perseguido por alguns membros da Ecatombe e seria linchado por eles, não fossem meus amigos de Caxias. Me colocaram para brigar com um deles, depois, pessoas da Ecatombe tentaram se meter, a porrada estancou e um cara de um bar dispersou a Ecatombe dando tiros pro alto! Fui levado ao hospital e ganhei três pontos na cabeça! Depois disso, resolvi dar um tempo do centro do Rio e dos punks por um ano, depois fui retornando aos poucos e entre um bate boca e outro, fui recuperando respeito. Hoje as coisas estão tranquilas, tirando um cara que quando me vê, me olha de cara feia, certa vez num show dos Varukers me deu um empurrão pelas costas, querendo um motivo para eu arrumar uma confusão com ele. Mas este tempo morreu! Já tenho 45 anos, sou um homem feito e tenho um filho pequeno, não tenho tempo para perder com richas de tempos de moleques! O importante de tudo é que as pessoas saibam, que tudo que fazemos aqui possui consequências e por isso, devemos fazer o melhor! Devemos saber o que estamos fazendo hoje para não pagarmos por um preço alto demais depois! Vivam em paz, pela paz em todo mundo!

LEIAM, COMPARTILHEM, COMENTEM. A EXPERIÊNCIA DEVE SER COMPARTILHADA PARA QUE ERROS SEJAM EVITADOS.

Gutemberg F. Loki, ex-Tubarão (ex-MAP/RJ).

quarta-feira, 26 de outubro de 2016




OS PROTETORES VALENTES

  Tico, Lico e Leco, eram três irmãos de 8, 5 e 3 anos respectivamente e, como todas as crianças, tiravam os dias para brincar e a sua brincadeira favorita era a de serem caçadores! Na imaginação dos três meninos, eles com muita coragem, caçavam leões, tigres, elefantes e até mesmo, vejam só, dinossauros e dragões!
Eles levavam essa brincadeira tão à sério que faziam questão de serem conhecidos como Os Caçadores Valentes! E a todos contavam as suas grandes aventuras, sem muita ordem e com algumas contradições. Entre tantas estórias que contavam, estavam como Tico caçou e matou um tigre e um leão ao mesmo tempo! Como Lico caçou um elefante voador e como Leco derrotou o dragão do dente de ouro!
  Certa tarde, enquanto esperavam a sua mãe, Dona Rita, terminar de assistir um telejornal da tarde, para assistir um canal de desenhos animados, os três meninos viram uma notícia que deixaram eles incomodados e curiosos. Acontecera um leilão onde um milionário americano pagara uma grande quantia para caçar e matar um rinoceronte negro na África e com o direito de levar a cabeça do animal para casa. Tal notícia estava gerando polêmica, pois, o tal rinoceronte negro, era um animal em processo de extinção.
  Lico quis saber de sua mãe oque era extinção e Tico meio palhaço, apressou-se em dizer que extinção era o que fazia o extintor de incêndio! A mãe, Dona Rita, riu e explicou calmamente:

_ Calma queridos, extinção significa que algo deixou de existir. No caso deste rinoceronte negro e de tantos outros animais, eles correm este risco porque existem pessoas que acreditam que podem tirar a vida deles para apenas se divertir!

Leco curioso e espantado perguntou:

_ Mãe, caçar é errado?

A mãe carinhosamente respondeu:

_ Não meu filho. Quando você caça para ter o que comer, não é errado. O tigre caça para ter o seu alimento e sobreviver. Em muitos lugares, ainda há índios e outras pessoas, que caçam para sobreviver. Mas como eu disse, existem pessoas que não entendem e não respeitam o direito de viver dos animais. Porque tirar a vida de um bicho apenas para se divertir?

Os três meninos ficaram bastante pensativos e decidiram que não seriam mais Os Caçadores Valentes. De agora em diante, eles passariam a defender os animais ao invés de caça-los! E, eles seriam conhecidos como Os Protetores Valentes!
Então pediram ajuda para sua mãe e fizeram cartazes pedindo pela proteção do rinoceronte negro da África e também de todos os animais! Saíram pelas ruas do bairro pedindo mais vida e respeito aos animais e por onde passavam, as pessoas aplaudiam eles e todos os bichos que estavam pelo caminho e viram a passeata, ficaram tão felizes que se uniram a eles e assim caminharam juntos entre gatos, cachorros, passarinhos e até mesmo, um casal de galinhas com seus pintinhos e um cavalo!
  Ao fim do dia, já cansados, os três meninos voltaram para casa sempre acompanhados de sua mãe. Tomaram banho, jantaram, escovaram os dentes e deitaram para dormir. Estavam tão cansados que poderia até dizer que dormiram antes dos olhos fecharem! Quando o pai dos meninos, o Seu José, chegou em casa voltando do trabalho, encontrou os três dormindo e a sua esposa contou ao marido o grande feito das crianças e os dois se abraçaram e sorriram com muito orgulhos de seus pequenos filhos!

Gutemberg F. Loki.

Nota do autor:
 Em 2014, um leilão nos Estados Unidos, permitiu a caça do rinoceronte negro, na Namíbia e este fato gerou bastante polêmica e sendo noticiado mundo afora. Foi ao assistir essa notícia que senti tanta indignação que acabei me inspirando e criando este conto para que ajude nas crianças, a despertar o respeito à vida dos animais.